domingo, 15 de agosto de 2010

Trapos


Já perdi a conta aos anos que guardo estes panos. São pedaços de tecidos com que fiz bonecas de trapos, amostras de cortinas, folhos, barras, fitas e bordado inglês. Não sei o que fazer com eles mas também não os deito fora. Alguns já me foram úteis para pregar barras de renda nas prateleiras dos móveis. Fica tão bonito, tão caseiro, tão acolhedor.





Os meus trapos. São relíquias. Linho. Do mais antigo que conheço. Peças dadas pela minha mãe, dadas a ela pelas avós. Quase tenho medo de lhes tocar, não vá a magia que encerram perder-se com o toque das minhas mãos. Mas ainda não perdi a esperança de perder este medo e fazer, para começar, uma toalha pequenina com aplicação de renda em volta. Branca. Tudo branco, uma das minhas cores de eleição, porque daí vêm todas as outras cores e fica bem com todas elas.


Quem não tem um pano destes remendado por uma avó ou uma tia velhinha? É incrível como elas conseguiam fazer isto. É uma arte. E a verdade é que me sinto mais rica por ter estes panos, pedaços velhos de linho, dos quais não se sabe ao certo a origem e por onde já andaram mas que ainda vão contar muitas histórias. Este foi um belo Domingo, não acham?

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