domingo, 30 de agosto de 2015

Não são os anos na tua vida que contam... é a vida nos teus anos




Uma boa semana a todos, com dias leves mas intensos, frescos mas cheios de calor, serenos mas com momentos de aventura. Que cada um se sirva como lhe aprouver...



sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Secar tomate para comer mais tarde



O Verão já vai alto e hoje trago mais uma sugestão de aproveitamento de tomate, aquela bolinha vermelha que abunda e abunda até não mais acabar nas nossas hortas:).
Muito básica esta opção, mas ainda assim com os seus preceitos e sujeita a algumas possíveis falhas...
Temos duas hipóteses de secar o tomate: ao sol ou no forno.
Experimentei secar o meu primeiro ao sol, na minha varanda. Correu mal. E, de acordo com a minha experiência, correu mal porque, apesar de a minha varanda ser soalheira, só o é da parte da manhã até às 13h mais ou menos, e este tipo de secagem exige muito sol e constante ventilação, senão corre-se o risco de o tomate ir amolecendo por falta de calor suficiente e ganhar bolor. Que foi o que aconteceu com o meu e teve de ir para o lixo. Buááááá!
A outra opção, no forno, apresenta-se mais fácil para quem o quiser fazer dentro de casa mas atenção, exige-se que se certifique que o tomate está mesmo SECO, sem humidade nenhuma, senão corre o mesmo risco que a preparação anterior.
Posto isto, é tudo muito simples. O tomate seco conserva-se durante bastante tempo e basta mergulhar um pouco em água quente para ficar hidratado novamente. Pode usar-se em guisados, molhos, sopas ou ser servido sozinho, pois a secagem conserva os sabores. 
Ao secar o tomate ao sol, basta lavá-lo bem, cortá-lo ao meio, colocá-lo num tabuleiro com a parte cortada para cima e cobri-lo com um pano leve. À noite há que ter o cuidado de o resguardar do orvalho num local seco. Depois de seco, basta salpicá-lo com um pouco de sal grosso e orégãos e guardá-lo num recipiente de vidro que tenha sido esterilizado.
Para secar o tomate no forno é necessário cortá-lo ao meio e, delicadamente, com uma colher de café, remover as sementes. Forrar um tabuleiro com papel de cozinha absorvente e colocar o tomate com a parte cortada para baixo, a fim de perder o líquido. Deixar repousar durante 10 minutos. Aquecer o forno a uma temperatura baixa. Forrar um tabuleiro de ir ao forno com papel vegetal não aderente, colocar o tomate com a parte cortada para cima, salpicar cada um com um pouco de açúcar, sal grosso e orégãos. Levar ao forno durante duas as três horas, ou até estes terem encolhido e perdido a água toda.
Como em todas as primeiras vezes, é necessária atenção e fazer apenas uma pequena quantidade, para ver como corre e aprender com a experiência. Depois, é só fazer bom uso dela e da abundância de tomate! 

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Notícias da Flor












A Flor voltou a ter vida. Durante uns meses, foi arrecadação das ferramentas que serviram de apoio à nossa agricultura. Cansada do desmazelo a que a vi votada, pus mãos à obra e, homem na horta, mulher na "casa" e cria a ajudar com todo o empenho, depois de esfregar, limpar, lavar, sacudir, mudar, abrir, fechar e arrumar, a Flor voltou a respirar ar puro, com muita vida a entrar e a sair dela. Cama e sofá ao rubro, fogão a bombar, lava-loiça a lavar, mesa e cadeiras cá fora para comer, tudo é usado com alegria. Muita cor na Flor com as velhas mantinhas de retalhos da avó materna e almofadas das mais variadas proveniências mas com um aspecto em comum: o amor com que foram feitas à mão. Um orgulho artesanal, esta "casa".
Cá fora, a limpeza também se impõe. Cortada a erva seca, que o Verão tem sido rigoroso, chegou a vez de a amontoar para a queimar quando chegar o tempo de fazer borralheiras. Pentear o chão para amontoar também as folhas secas dos sobreiros para com elas vir a fertilizar a terra para as culturas, fez-me sentir uma verdadeira Vovó Donalda, uma das minhas personagens favoritas da infância. Adorava a quinta onde ela vivia, o tractor que conduzia, as tartes que deixava à janela a arrefecer, a casa cuidada, o celeiro grande, os montes de folhas que fazia no Outono para os sobrinhos espalharem em brincadeiras, suspiro... Lembro-me de sonhar com ela na altura e hoje, sinto-me como ela :). E viva a Vovó Donalda!
Tempo também para apreciar a colheita de azeitona que se aproxima. Depois das oliveiras limpas no ano passado e apesar de ainda pequenas, estão carregadinhas de promessas para o fim do Outono. 
Tudo neste meu pedaço de terra me inspira. E que bom é chegar ao fim das tarefas e gozar de momentos de descanso a bordar ou a ler. Até a carracinha se delicia com o novo livro dos recordes. Um orgulho, vê-lo assim sossegadinho, a ler. Momentos raros! Por isso mesmo, aproveitados ao máximo :).

domingo, 23 de agosto de 2015

Festas de Verão





Estas são as memórias de mais um dia passado em volta deste cenário místico e simples
onde nos sentamos por horas e as horas passam sem que o tempo passe,
este lugar de nome mesa.

de alma e coracão

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Férias










Aaaah, férias... Chegaram ao fim. Mas que bem que me souberam.
Férias... Tempo de manhãs compridas sem pressa de acordar, almoços tranquilos a estenderem-se pela tarde fora, praias de águas azuis e transparentes, palmeiras a cobrir de sombra uma mesa cheia de refrescos de fruta natural servida por empregados esculturais, aventuras, descobertas, de tudo se fazem as férias.
De tudo isto, que foi inventado e também da realidade. As minhas férias foram feitas de despertares às 6h da manhã para entregar lenha a quem precisa já de preparar o Inverno, refeições corridas para cumprir prazos e acelerar o trabalho do moto-serra e a necessidade das colheitas na horta, muito trabalho na cozinha a preparar alimentos para congelar e a experimentar receitas com os produtos que a terra nos deu.
Mas não se julgue que trabalho é só canseira. É, mas também é prazer. E nestas férias, tive mais tempo para gozar o prazer de receber os alimentos e prová-los com vagar e paladar. Tempo para encher a casa dos aromas vindos do fogão e ficar grata por ter o congelador a abarrotar, garantindo o suprimento do Inverno que, não tarda, está aí. Tempo para estar com a cria e proporcionar-lhe todos os momentos possíveis com o Bolinha, incentivando-lhe a responsabilidade de o cuidar, alimentar, limpar os cocós e soltá-lo para juntos brincarem e libertarem energias como duas crianças iguais, garantindo boas gargalhadas a todos. Tempo também para momentos meus, tão preciosos, sentada no cafézinho simpático da aldeia, a ler, escrever, apreciar as vistas, pensar, ouvir as conversas das mesas vizinhas sobre acontecimentos na região e fazer projectos.
De outras coisas mais foram compostas as minhas férias. Mas o que deixo aqui registado foi o que mais me marcou, foi o que me fez renascer e voltar de novo à esperança e à alegria e ao prazer de viver.
Por tudo isto, e porque de certeza não haveria despertares prolongados nem resorts numa qualquer praia paradisíaca que me fizessem sentir isto, só posso dizer: vivam as férias!

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Passeio de Inverno no Verão




















Foi no primeiro dia de Dezembro do ano passado que dei este passeio. Adoro caminhar, e se isso for feito no meio da natureza, tanto melhor. 
Foi o que aconteceu neste dia, um dia soalheiro, frio de quase Inverno. Mas que me surpreendeu a cada passo, dado ser um caminho desconhecido para mim.
A primeira surpresa foi um enormíssimo tanque de água no meio de um terreno. Não sei ainda o porquê da existência de um tanque daquelas dimensões naquele sítio, mas ocorrem-me duas possibilidades: 1 - ou ser o tanque da antiga quinta ali existente;; 2 - ou um tanque para abastecer os helicópteros de combate aos incêndios, dado aquela ser uma zona rodeada por extensas serras. 
Os campos cuidados chamaram a minha atenção. A palha protegida da humidade por lonas, os milheirais já secos, todos os cantos e recantos cheios de água que corre, uma casa de pedra que podia ser minha, as gotinhas do orvalho presas numa teia de aranha feita no meio da terra, um poço que de certeza já regou muitas hortas...
Não dava para caminhar depressa. Tudo me fazia parar para inspirar o o ar frio e sentir a serenidade do lugar. Captar as flores da paisagem foi uma delícia. E quando me deparei com um rebanho de ovelhinhas a pastar calmamente, não pude deixar de sorrir. É um cenário tão pacífico, este. E daqui segui pela parte do caminho mais urbanizada, com casas da aldeia e jardins simples, mas cuidados. Não sei porquê, mas sei ser comum a muita gente, desde pequena que sinto esta forte atracção por espreitar para o interior das casas. Não é para me intrometer. Claro que não. É talvez para perceber como cada pessoa, cada família, vive o seu interior, aquele interior fechado e que para mim é tão importante cuidar. Observo e deixo. Não me intrometo. Mas muitas vezes sorrio e fico feliz com o que vejo. Gosto de espreitar estes pequenos recantos de pessoas como eu, com histórias para partilhar e muito para ensinar.
O meu passeio terminou numa fonte antiga, já desabilitada da sua função original, mas preservada para marcar a presença na história desta terra e terminou também com uma porta fechada. Fechada pelo tempo e pela ausência, como o são tantas portas deste país. 
Foi um pouco de porta fechada que fiz esta caminhada soalheira num dia frio. E só agora a registo, tantos meses depois, para perceber que a porta já se encontra entreaberta, quase pronta para receber uma nova morada e nela, uma nova família.


domingo, 16 de agosto de 2015

A sentir-me abençoada...








Quando os dias se fazem sem pressa, quando se agradece cada momento bom, quando se entra nas brincadeiras de uma criança, quando se pára para observar a natureza à nossa volta, quando se partilha uma refeição para estar junto e deixar boas memórias, não há como não ser grata.
Sou feliz com o pouco de muitos, mas um pouco que para mim é tudo. Com este pouco-tudo nos meus dias, só posso sentir-me abençoada...