terça-feira, 18 de agosto de 2015

Passeio de Inverno no Verão




















Foi no primeiro dia de Dezembro do ano passado que dei este passeio. Adoro caminhar, e se isso for feito no meio da natureza, tanto melhor. 
Foi o que aconteceu neste dia, um dia soalheiro, frio de quase Inverno. Mas que me surpreendeu a cada passo, dado ser um caminho desconhecido para mim.
A primeira surpresa foi um enormíssimo tanque de água no meio de um terreno. Não sei ainda o porquê da existência de um tanque daquelas dimensões naquele sítio, mas ocorrem-me duas possibilidades: 1 - ou ser o tanque da antiga quinta ali existente;; 2 - ou um tanque para abastecer os helicópteros de combate aos incêndios, dado aquela ser uma zona rodeada por extensas serras. 
Os campos cuidados chamaram a minha atenção. A palha protegida da humidade por lonas, os milheirais já secos, todos os cantos e recantos cheios de água que corre, uma casa de pedra que podia ser minha, as gotinhas do orvalho presas numa teia de aranha feita no meio da terra, um poço que de certeza já regou muitas hortas...
Não dava para caminhar depressa. Tudo me fazia parar para inspirar o o ar frio e sentir a serenidade do lugar. Captar as flores da paisagem foi uma delícia. E quando me deparei com um rebanho de ovelhinhas a pastar calmamente, não pude deixar de sorrir. É um cenário tão pacífico, este. E daqui segui pela parte do caminho mais urbanizada, com casas da aldeia e jardins simples, mas cuidados. Não sei porquê, mas sei ser comum a muita gente, desde pequena que sinto esta forte atracção por espreitar para o interior das casas. Não é para me intrometer. Claro que não. É talvez para perceber como cada pessoa, cada família, vive o seu interior, aquele interior fechado e que para mim é tão importante cuidar. Observo e deixo. Não me intrometo. Mas muitas vezes sorrio e fico feliz com o que vejo. Gosto de espreitar estes pequenos recantos de pessoas como eu, com histórias para partilhar e muito para ensinar.
O meu passeio terminou numa fonte antiga, já desabilitada da sua função original, mas preservada para marcar a presença na história desta terra e terminou também com uma porta fechada. Fechada pelo tempo e pela ausência, como o são tantas portas deste país. 
Foi um pouco de porta fechada que fiz esta caminhada soalheira num dia frio. E só agora a registo, tantos meses depois, para perceber que a porta já se encontra entreaberta, quase pronta para receber uma nova morada e nela, uma nova família.


8 comentários:

  1. Olá Margarida!

    Que paz que mostras neste passeio! Que serenidade! E cheio de esperança!

    Espero que a porta se abra, escancarada para receber a nova família todos os raios de sol e a brisa fresca, quando necessário!

    Fico por aqui a espreitar, o que der para ver...

    Beijinho!

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    1. Obrigada pelas palavras tão simpáticas. Fizeram-me sentir acompanhada neste meu passeio. E eu mostrarei o que der para mostrar :). Beijos.

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  2. Que lindo e ver a vi9da acontecendo sem se intrometer...Belas fotos!Adorei! E que a nova família seja bem feliz!bjs,chica

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    1. Na realidade Chica, a nova família não é assim tão nova, apenas ainda não se chama família... Mas tudo no seu devido tempo :). Beijos.

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  3. Já estava com sdss dos meus blogues favoritos, voltando ainda meia fracote, mas viva graças a Deus.
    Amei esse seu passeio , pois são os meu preferidos...senti até o frescor do campo.

    Olhei as postagens q perdi e salivei qdo vi tantos tromatinhos , adoro e gosto de cultiva-los.

    Belos dias pra ti bjssssssss

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    1. Viva, Lena!! Que bom vê-la por aqui de novo, com a sua presença sempre tão simpática. E melhor ainda, a recuperar a saúde. Não ao ritmo a que gostaria, mas ao que é possível e irá correr tudo bem, com a graça de Deus. Beijos grandes e volte sempre!

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  4. Vim avisar que tem céu teu por lá,acaba de entrar! Obrigadão! bjs, chica

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  5. Esqueci:

    http://ceuepalavras.blogspot.com.br/2015/09/ceu-da-ana-ribeiro.html

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